16/04/10

Crónicas C’um Caneco - Dia 10

Durante alguns segundos, pairou no ar um ambiente mesclado entre a surpresa, comum aos três, e a aflição de Vanessa em tentar arranjar uma boa desculpa (mas mesmo boa), para estar ali naquele local. Não por Eugénia, mas sim pela presença do Inspector, pessoa que ela nunca imaginaria ali encontrar. Ainda para mais com tudo o que tinha acontecido nas horas anteriores e com o interrogatório a que já tinha sido submetida, e que decorreu bem antes do de Eugénia.
O Inspector Rodolfo, qual camaleão, tornou a transparecer o seu ar altivo, austero e rude, que durante o tempo que tinha acompanhado Eugénia a casa tinha dado lugar a uma gentileza e simpatia nada comum nele.
- Cara D. Vanessa!! Uma grande surpresa a sua presença aqui. Ou, pensando melhor, nem será assim tão grande. Mas antes disso, permita-me que lhe pergunte como entrou nesta casa, com autorização de quem e com que intenções?
Enquanto Eugénia encostava o seu corpo à parede mal caiada da casa, Vanessa com ar atrapalhado e comprometido, tentou fitar o Inspector nos olhos, retorquindo da melhor maneira que lhe era possível:
- Caro Inspector! Realmente é uma surpresa vê-lo por aqui. Por ventura, até maior que a do senhor. O facto é que me desloquei aqui a casa para falar com essa “menina”, uma vez que, ao que parece, ela conhecia muito bem o meu querido e falecido marido. E uma vez que me chegou aos ouvidos que com ele tinha estado na noite passada, queria que ela me explicasse, olhos nos olhos, o que aconteceu e porque cometeu tal acto. O modo como aqui entrei apenas se deve ao facto de ter descoberto uma chave com as iniciais “EE” gravadas. Ora como de burra não tenho nada, essas iniciais só podiam ser de Eugénia Epifânia.
- Cara D. Vanessa! Interrompeu Rodolfo. Antes de mais, permita-me que lhe diga que esta Senhora que aqui está (enfatizando a palavra “Senhora”) não teve nada a ver com a morte do seu marido. E, em segundo lugar, com chave ou sem ela, acabou de entrar em propriedade alheia, que como bem sabe, e uma vez que de burra não tem nada (enfatizando de novo, agora na palavra “burra”), é um crime grave. Num ápice, virou-se para Eugénia e perguntou-lhe: A senhora deu autorização à D. Vanessa para entrar em sua casa?
Eugénia, apenas abanou a cabeça para os lados. Rodolfo insistiu: A senhora deu autorização à D. Vanessa para entrar em sua casa? Respirando fundo, e ainda meio atordoada com a cena que ali decorria, Eugénia soltou um enérgico “Não”.
Rodolfo, dirigiu-se então para junto de Vanessa, agarrou-lhe os dois braços de forma enérgica dizendo-lhe: - lamento mas está detida por invasão de propriedade alheia!
Depois de ter algemado Vanessa, voltou-se e mirou Eugénia com um olhar algo confuso entre o dever profissional e a pena por não poder passar algum tempo mais na sua companhia. Num suave e quase terno tom de voz, pediu-lhe que no caso de se lembrar de algo mais saberia onde o encontrar, e que fosse descansar que o dia tinha sido duro.
Foi uma despedida acelerada que nenhum dos dois estava à espera. Cruel mesmo...

(Continua um destes dias...)

10/04/10

Diné Bikeyah - the land of the People

 Diné Bikeyah is the land of the People. Diné Bikeyah exists in the heart of the Diné as hozhoogi - the beauty of life.
Diné Bikeyah also lies between the peaks of four Sacred Mountains.

Morning Spirit Song

The Morning Spirit song sings of the abundance
and wealth of the morning,
when the warmth and light of day come with all
its glory, when all is possible and potential.
 
You feel the water of life running
over your feet and the soft
wet earth beneath your feet.
 
You begin to walk
through the white corn fields as the pollen blesses you
with the sacred seed of Life.

You feel the good above you, below you,
in front of you, behind you
all around you

(Then the drumming shifts)
 
Now you are walking into the
twilight
 
into the darkness, into the night
bringing with you virtue and spiritual abundance gathered
during the sacred day.

The stars begin to come out.
This is the good way, the blessing way."

sung by Billy Yellow 2002
translated by Jeremiah Harvey