23/02/11

Para sempre... ZECA




A MORTE SAIU À RUA

A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação

01/02/11

A lata das gasolineiras

Tudo serve para aumentar o preço dos combustíveis. Agora o gasóleo sobe 2 cêntimos de euro, porque, dizem as gasolineiras, acabaram as benesses fiscais para os o biocombustíveis. Como são obrigadas pelo Estado a incorporar uma percentagem destes no gasóleo, então o consumidor tem que pagar essa diferença. Nada mais falso. Querem apostar que se não existisse esta obrigação, os combustíveis já tinham aumentado na mesma por outra (mais outra) razão qualquer. E mais: já tínhamos mais duas agulhetas nas bombas, uma delas bem colorida e apelativa a vender gasóleo sem biocombustível, com um nome todo pomposo tipo "Power qualquer coisa", e, claro está, bem mais caro, mas com "incomparáveis melhorias de rendimento" do motor e tal e coisa...
A outra agulheta...bem a outra lá jorrava gasóleo igual a outro qualquer, com as mesmas características de outro qualquer, com o mesmo rendimento de outro qualquer, e com o preço ligeiramente mais barato que  o "Power qualquer coisa" mas igual ao de outro qualquer. Ou seja, caro!