16/11/09

Crónicas C’um Caneco - Dia 5


Eugénia estava à beira de um ataque de nervos. Tobias estava, ao que lhe diziam, morto. Assassinado. Tinha à sua frente um Inspector da “Judite”, que a acusava de ter praticado tal acto;  E continuava com uma branca enorme no que à noite anterior dizia respeito, em particular durante aquelas 4 malditas horas.
E se...e se?... não! Não podia ser. Eugénia não queria acreditar naquilo que lhe tinha acabado de passar pela cabeça. E se, durante aquelas 4 horas, algo de muito grave se tivesse passado? Algo de tão grave como...a...a morte de Tobias! E será que tinha sido ela? Não! Não poderia ser!
Nunca, em circunstância alguma, Eugénia cometeria tal acto, ainda mais com o “seu” Tobias. Nem com a mais valente das cardinas ou com uma brutal pedrada. 
Eugénia esforçou-se por explicar ao Inspector Rodolfo isso mesmo.
Contou-lhe a sua relação com Tobias, todas as aventuras e desventuras que com ele tinha passado, a relação azeda que mantinha com Vanessa - a “oficial” de Tobias, agora viúva – e o que se tinha passado na última noite. Disse-lhe, ainda, que a última vez que tinha estado com Tobias tinha sido no apartamento, há 3 dias atrás, durante a tarde de 6ª feira, e que depois disso nunca mais lhe tinha posto a vista em cima. Aliás, nem a vista nem mais nada, gracejou, conseguindo incomodar, de certa forma, o Inspector. 
Após cerca de 30 longos minutos a deixar Eugénia Epifânia falar sem interrupção, Rodolfo, que andava irritantemente de um lado para o outro, abeirou-se da cadeira de Eugénia, encostou-se à quina da velha mesa castanha, puxou de um cigarro e, fitou aquela mulher que ali se encontrava. Por muito que tentasse disfarçar, Rodolfo não evitava que os seus olhos deslizassem para os seios de Eugénia, e cujos mamilos quase trespassavam a fina camisola.
E Eugénia, sabida e experiente nestes assuntos, já o tinha topado.

(Continua...um destes dias!)

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